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Pela continuidade da greve

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Se não tivéssemos certeza do mérito de nossas reivindicações não teríamos entrado em greve, particularmente, não estaríamos em greve por todo este tempo.

Se não soubéssemos que o Estado tem condições financeiras de efetivar a reposição salarial, também não estaríamos em greve. Elementos que comprovam tal afirmação: a) declarações de membros do governo, como o presidente da assembléia legislativa, da existência de disponibilidade financeira no orçamento do Estado; b) estudos mostrando aumento da arrecadação do ICMS do Estado, inclusive anunciado pelo próprio governador com propagandas pagas com dinheiro público.

Se não tivéssemos certeza de que existem possibilidades de vitória de nosso movimento, não estaríamos em greve. Essa possibilidade de vitória baseia-se no fato de que o movimento unificado nas três instituições universitárias está forte e coeso e de que o movimento unificado nas categorias profissionais dentro de cada universidade também permanece fortalecido.

Essas condições são dadas e inquestionáveis. Resta-nos, portanto, respondermos duas outras questões fundamentais: a) Como transformar a possibilidade de vitória em vitória efetiva, materializada sob a forma de reposição salarial? b) Como deter as tentativas de corrosão do movimento de greve apresentadas por alguns poucos professores na assembléia de terça-feira, 29/01 e divulgadas pela imprensa no dia seguinte, professores estes que começam a anunciar suas posições de rendição às pressões externas pelo fim da greve?

A resposta à primeira questão é clara e lógica: é preciso manter o movimento unificado, em greve, até que o governo apresente uma proposta concreta de reposição.

A resposta à segunda questão exige que os comandos estadual e local e que as direções dos sindicatos explicitem claramente às suas bases os pontos acima, ou seja, que o movimento continua forte, unificado e com possibilidades concretas de vitória.

As demissões: violência e intimidação

A recente demissão do estudante da UEM Edmilson Camargo do serviço público estadual – era agente penitenciário – e a tentativa de demissão do professor Paulo Matias, vinculado à mesma universidade, mostram uma vez mais a cara do governo Lerner: um governo intransigente, antidemocrático e vingativo. A tentativa de demissão do Professor Doutor Paulo Matias não se efetivou ainda, tão-somente devido ao posicionamento firme e em respeito à autonomia universitária apresentado pela comunidade universitária, ao que agora se soma o repúdio da comunidade científica internacional, tendo em vista ser esse professor uma autoridade reconhecida em sua área de trabalho. Essa violência patrocinada por nosso (in)digníssimo governador mostra-se como ação emblemática de seu real posicionamento com relação à autonomia universitária, com relação ao nosso direito de greve, e mostra-se também como ação intimidatória ante todo o funcionalismo público estadual.

Os atos executivos do reitor

Revoltante a atitude do reitor Pedro Gordon de baixar atos executivos exigindo o retorno ao trabalho dos grevistas sob pena de sanções. Com esta ação ele demonstra não ter nenhum respeito pelas deliberações do Conselho Universitário, que decidiu que nenhum professor ou funcionário deve sofrer penalidade por não assinar a folha ponto.

Parece recorrente nos últimos anos que, reitores da UEL se julguem acima das instâncias decisórias da instituição. A justificativa de que acima da própria UEL está a justiça parece-nos falaciosa. Que justiça é essa que se esqueceu do nosso direito de reposição salarial nos últimos anos? Além disso, consta no artigo 207 da constituição que as universidades gozam de autonomia.

Espera-se do reitor que seja menos afoito ao atender às decisões judiciais que têm origem na ações impetradas pelo Governo do Estado e outros interessados na destruição da Universidade Púbica. E, atue como representante da instância máxima desta universidade, que para tal o designou, o Conselho Universitário.

Aduel e Sindiprol nos Centros

A Aduel esteve nas reuniões realizadas com os docentes nos centros de estudo na quarta e quinta feira passadas.

A maior parte dos companheiros acredita que a greve deve continuar. Não há motivos para interrompermos o movimento uma vez que o governador não apresentou nenhuma proposta concreta.

O balanço que fazemos é que predomina a vontade de continuar firmes no movimento unificado. Há docentes em todos os centros que pensam na possibilidade de interrompermos a greve para retoma-la mais adiante, mas, com exceção do CCS, não ouvimos nas reuniões manifestações no sentido de quebrar unilateralmente o movimento unificado. Pelo contrário, na maioria dos centros fala-se na possibilidade de retomar as aulas para alguns grupos (formandos, pós-graduação) mas não em sair da greve.

 
 

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