- Por sindiproladuel
- postado em 27 de abril 2012
- em Galeria
Na assembléia de docentes do dia 01/10 debateu-se o problema do desconto de 30% nos salários dos servidores em greve. A urgência para receber os dias parados quase leva alguns a substitui-la pela reivindicação central do nosso movimento: a reposição dos 50,03%. É necessário estarmos atentos para este tipo de confusões que podem nos desviar da finalidade central que nos unifica com todos os servidores do Estado. O desconto é ilegal, mas, é um recurso que o governo do Estado utiliza para amedrontar os servidores. Isto já era previsível, e a ADUEL desde há muito alertou para este fato.
Ao desconto é preciso responder com a reafirmação do nosso movimento! Se não pagarem os salários, não vamos repor as aulas!. É o nosso direito de trabalhadores livres! Outra confusão que vem se repetindo é a que tenta opor o caráter unificado do nosso movimento à greve nas universidades. A partir das dificuldades das outras categorias entrarem firmemente na greve, pretende-se caracterizar uma greve isolada das universidades, opondo uma à outra. É necessário esclarecer que não há contradição entre ambas. O movimento unificado é um processo político da maior importância pois se trata de organizar o conjunto dos trabalhadores dispersos, sob uma mesma perspectiva. Freqüentemente, as burocracias sindicais se opõem a esta convergência, pois quando a massa dos trabalhadores começa ela a decidir sobre os caminhos da luta, costuma passar por cima das direções.
Contudo, não basta que as direções concordem em unificar o movimento. É preciso que os trabalhadores subjetivamente se convençam da necessidade de se sacrificarem por uma finalidade coletiva. E este convencimento, que é o elemento decisivo na ampliação do movimento, só pode ser o resultado da experiência própria ou da compreensão desta necessidade a partir da experiência alheia. Neste sentido, a manutenção da greve das universidades é um fator que potencializa o movimento unificado. Inversamente, o auto-isolamento das universidades, provocaria o fortalecimento do governo e o enfraquecimento dos trabalhadores.
Ao contrário do que se disse na assembléia de 01/10, a UEL nem sempre foi a primeira a entrar em greve. Só para exemplificar, quando a UEL entrou em greve no ano passado, os professores da APP já estavam parados há 15 dias. Ademais, o inicio de nosso movimento foi influenciado pela deflagração da greve da UEM. Não há razões, portanto, para separar a greve das universidades do movimento unificado.
Quando a ADUEL formulou a defesa do movimento unificado não o fez por conveniência (para que os outros nos ajudassem a conseguir nossas reivindicações), mas por estar convencida de que esta é a única perspectiva correta para os trabalhadores do Estado. Por isso, mesmo que as demais categorias não acompanhem na totalidade a greve atual, devemos continuar defendendo a unificação com todos os servidores do estado.
Entretanto, na condução da greve na UEL é fundamental avançar na direção da unificação. As assembléias de docentes e funcionários, inclusive os do HU e HC, devem ser unificadas, para dar maior força e determinação ao nosso movimento. É necessário também reconstituir urgentemente um comando unificado de greve para potencializar o ingresso de todos os setores no movimento da greve e enfrentar os adversários externos e internos.
Cancelar o vestibular e o ano letivo
Na assembléia do dia 01/10 foram discutidas estas duas propostas acima como formas de pressionar o governo do Estado. Imediatamente, a administração da UEL (o reitor em exercício e o Coordenador da CAE) manifestaram-se publicamente contrários a estas propostas. Além disso, numa manobra protelatória, o Dr. Pedro Gordan resolveu convocar o Conselho Universitário somente para a sexta feira dia 5 de outubro.
Vê-se desta forma, que apesar das declarações em contrário, muito pouco mudou na mentalidade dos dirigentes que comandam a UEL. Estão lá para defender os interesses do governo do Estado contra os da comunidade universitária. Exemplo disso é a declaração do Coordenador da CAE, Prof. Luiz Carlos Bruschi, na Folha de Londrina de 3/10, de que “não posso admitir que a UEL seja penalizada pelo movimento”, em relação à suspensão do vestibular. Além do tom arrogante e autoritário, deixa claro que para ele o movimento não faz parte da UEL, e que a UEL é a administração. Exigimos que o Conselho Universitário se reúna e delibere sobre estas propostas das Assembléias de docentes e funcionários!
