Nos dias 27 e 28 de novembro realizou-se o III Congresso do Sindiprol/Aduel, cujo tema foi “Conjuntura e Organização Sindical dos Docentes”. Os trabalhos tiveram início na sexta-feira com um rico debate acerca da organização sindical dos docentes, durante o qual o Prof. Luis Allan Kunzle, da APUFPR-Seção Sindical do ANDES-SN, e a Profa. Marlei Fernandes de Carvalho, da APP-Sindicato e do Fórum das Entidades Sindicais do Paraná (FES), expuseram abertamente suas concepções de organização sindical: o sindicato nacional e a estrutura federativa. A discussão foi esclarecedora das diferenças de concepções, estrutura, abrangência e história do movimento sindical docente e ajudou nos trabalhos do dia seguinte, sábado 28, quando os delegados debateram e deliberaram sobre as teses apresentadas.
Os debates, realizados ao longo de todo o dia, tiveram início com a apresentação feita pela diretoria do Sindiprol⁄Aduel de um balanço das atividades realizadas nos dois últimos anos, isto é, desde o último Congresso, que deliberou pela realização de diversas ações em defesa da Autonomia Universitária, o tema naquele momento.
O destaque do informe foi, claro, para a intervenção do sindicato na defesa dos direitos dos docentes durante o movimento grevista deste ano. Apresentou-se a questão da permanente busca pela unidade com todos os demais sindicatos do Estado, o retorno ao FES, a constituição do Comando de Greve e a participação no Comando Estadual de Greve dos Docentes. Pontuaram-se como avanços diversos resultados da greve de 2015 como a constituição da mesa permanente de negociação com a SETI, o projeto que retira a UENP e a UNESPAR do Sistema META-4 e a nomeação dos concursados que aguardavam há anos, além das intervenções de enfrentamento aos ataques à Autonomia Universitária, como no caso da exigência de que o Conselho Universitário da UEL exerça a autonomia e nomeie os professores concursados.
Na sequência os delegados discutiram pormenorizadamente duas teses apresentadas. A primeira propunha a vinculação do nosso sindicato ao ANDES, a segunda a criação do Conselho de Delegados de Base. Com relação à primeira tese, as discussões se centraram sobre os problemas da organização docente antes e durante a greve, na relação com os diversos sindicatos, principalmente com as seções sindicais das universidades estaduais paranaenses. Debateu-se a gravidade do isolamento do nosso sindicato, pois, em que pese a autoridade perante a sua base e os outros sindicatos, não conseguiu a unificação necessária. Um tema que mereceu especial atenção foi a autonomia política que devemos preservar, seja qual for o alinhamento que se decida no futuro, pois, este é o nosso principal capital.
Com a realização do Congresso encerra-se o calendário sindical do ano de 2015, marcado pelos ataques do governo ao funcionalismo público, pela luta das universidades estaduais contra a ingerência e o sucateamento, pelo massacre de abril. A mobilização permanente é o horizonte que nos aguarda no próximo ano.
