Balanço do debate sobre Autonomia na UEL: “sem luta, não há Autonomia”
- Por sindiproladuel
- postado em 24 de maio 2013
- em Boletins
No dia 14 de maio o Sindiprol/Aduel organizou um debate sobre um tema de interesse de todas as categorias que compõem a Universidade: a Autonomia Universitária. Intitulado Autonomia e Democracia na UEL, a discussão contou com a presença dos ex-reitores da UEL, Jorge Bounassar e João Carlos Thomson, além da participação dos cerca de 50 professores, estudantes e funcioná-rios presentes, entre eles a reitora, Nádina Moreno, e a vice-reitora, Berenice Jordão. O ex-procurador Jurídico da UEL, Antônio Baccarin, que havia confirmado presença, teve que se ausentar por conta de um compromisso de trabalho. Clique aqui para acessar a galeria de fotos do evento.
O presidente do Sindiprol/Aduel, Nilson Magagnin Filho, mediou o debate e abriu as falas citando as duas iniciativas que materializam o desejo do Governo Beto Richa (PSDB) de destruir a Autonomia das Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES): os dois decretos que instituem o sistema META4, que obriga a UEL, UEM, UNIOESTE e UEPG a abdicar da prerrogativa de rodar suas próprias folhas de pagamento, e o Conselho de Gestão Administra , e o Conselho de Gestão Administrativa e Fiscal do Estado criado pelo decreto 7.599 para dar aprovação prévia a todas as despesas das IEES.
“Diante de um contexto de enfrentamento ao Governo que começou com o ato unificado em frente à reitoria no final de março, a diretoria do Sindicato achou necessário aprofundar o tema e aprender com as experiências das gestões passadas da UEL, durante as quais a Autonomia também foi violada”, disse o presidente do Sindiprol/Aduel.
O microfone foi então para as mãos do primeiro reitor eleito da UEL em 1986, professor Jorge Bounassar, que avaliou negativamente o comprometimento da comunidade universitária com os assuntos vitais para o funcionamento da insituição. “O espírito de construção deve ser retomado para que a universidade cumpra sua função”, alertou.
Bounassar lembrou que, durante a sua gestão, um dos instrumentos utilizados pelo Governo para atacar a Autonomia era o Tribunal de Contas (TC) do estado. “Colocaram metade do TC na UEL permanentemente, mas as assembléias rechaçaram o Governo”, lembrou. Em seguida, João Carlos Thomson, que ocupou a cadeira de Reitor na gestão seguinte a de Bounassar, lembrou que a Reitoria chegou a entrar na Justiça contra o Governo, motivada pelos a ataques à Autonomia. “O Antônio Baccarin (então procurador jurídico da UEL) fez uma defesa brilhante da Autonomia Universitária”, relembrou. Thomson explicou a UEL tinha dinheiro em caixa, mas a falta de dotação orçamentária gerava dificuldade para custear gastos básicos.
“Sem dotação eu não conseguia administrar a Universidade, por isso quase entreguei a chave da reitoria. Então resolvemos simplesmente parar de pagar água, energia elétrica e telefone. Ainda assim, o Governo nos enfrentou, mas, com medo da imprensa, liberou a verba”, disse.Os dois ex-reitores responderam questionamentos dos presentes e concordaram que a Autonomia Univesitária, acima de estar prevista na Constituição Federal, deve ser uma conquista política dos professores, funcionários e estudantes. “Se quisermos Autonomia, temos que lutar agora”, disse Thomson.