Beto Richa assina fim do software livre no Paraná

fonte: Diário do Estado

Por  em 15 de abril de 2013

O Governador do Paraná, Carlos Alberto (PSDB), assinou no último dia (09) um acordo de intenções com a Microsoft no Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. O presidente da Microsoft Brasil, Michel Levy, disse que o Paraná está “puxando o trem da competitividade” no país.

O fato interessante é que o Paraná é o único Estado do país que tem lei aprovada de incentivo e uso de Softwares Livres (Lei Estadual 14.058/2003), que determina que a Administração Pública do Paraná deve utilizar, preferencialmente, programas abertos de computador.

Na aquisição de softwares proprietários, deve ser dada preferência para aqueles que operem em ambiente multiplataforma, permitindo sua execução sem restrições em sistemas operacionais baseados em software livre.

Ou seja, a iniciativa também descumpre as leis 14.195/2003 e 15.6742/2007, todas da época do governador Roberto Requião (PMDB), mas que ainda estão em plena vigência.

O Governo do Estado do Paraná tem um dos principais órgãos tecnológicos do país, a CELEPAR, que foi criado para “executar políticas e ações envolvendo o Software livre” no âmbito do Estado do Paraná:

O Governo do Paraná é um dos principais usuários e desenvolvedores de software livre de todo o país.

A opção pelos programas de código aberto faz parte das políticas estratégicas de governo. Sua execução é de responsabilidade da CELEPAR. (leia mais aqui)

A Celepar é responsável por inúmeros projetos de Software Livre público, como por exemplo o Expresso Livre, e que acabarão  afundando no mar do esquecimento e subemprego.

Mas como um Estado que incentiva a prática do Software Livre no país aceita um acordo destes?

Os governos não são feitos de políticos e sim de partidos. No fim das contas, quem governa, manda e desmanda é o partido político do meliante cidadão em que votamos.

Segundo as nossas pesquisas, o PSDB, partido do Governador Beto Richa, tem um histórico interessante de “acordos com a Microsoft”, vejamos:

– No próprio site do PSDB encontramos uma notícia de que o Governador de Goiás, Marconi Perillo, fez uma viajem aos EUA no ano passado (2012) afim de se reunir com a Microsoft e “agradecer” a empresa pela “economia de R$ 90 milhões aos cofres públicos de Goiás”. Se a VERDADEIRA INTENÇÃO do PSDB fosse a economia, teriam usado software Livre e não teriam gasto um único centavo!

– Em 2009 o Governo do Estado do Rio Grande do Sul também fechou parceria com a Microsoft para implantação do “Windows Educação” nas escolas públicas.

– Segundo o Presidente da Microsoft do Brasil, a empresa está negociando os mesmos termos com outros estados do país, como por exemplo o Rio de Janeiro, que apesar de ser governado pelo “PMDBista” Sérgio Cabral, tem aliança com o PSDB.

– O Criador do AI-5 Digital, Eduardo Azeredo, que também é do PSDB, recebeu apoio da Microsoft em pesquisas sobre infecção por vírus no país, e usa este dado para basear sua escrúpula invernada contra a Internet brasileira. É engraçado falar que “se colocarmos rédeas na internet” as infecções por vírus diminuirão, mas ninguém comenta em se usar plataformas menos suscetíveis a vírus como forma de diminuição destes dados…

– Instalações do PSDB são usadas para eventos da Microsoft

Não é uma posição “esquerdista”, muito menos “PTista” e nem sequer confiança ou apoio a algum partido político, mas deu pra ficar bem claro a parceria do tucanato com a Microsoft. A pergunta que não quer calar é: por que será que um partido político teria uma parceria com uma empresa desenvolvedora de software? E a resposta é você quem dá.

| Com informações do “Seja Livre”

Arrecadação do Estado do Paraná aumenta, mas governo continua ameaçando reposição salarial

De acordo com a Agência Estadual de Notícias, órgão controlado pelo governo do Paraná, o Produto Interno Bruto (PIB) paranaense cresceu 2,6% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado supera em dois pontos percentuais o aumento do PIB brasileiro, que foi de 0,6% no período, conforme divulgou na semana passada o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Os números confirmam as avaliações correntes de que o Estado está na contramão da tendência de retração observada em âmbito nacional”, afirma o presidente do Ipardes, Gilmar Lourenço. Segundo ele, esse cenário está relacionado “ao arranjo institucional celebrado entre o atual governo estadual e os demais atores sociais”. “Há uma combinação entre melhoria do ambiente de negócios e atração recorde de vultosos e diversificados investimentos industriais privados”, destacou.

As exportações cresceram 6,3% no Paraná no primeiro semestre, enquanto na média nacional houve decréscimo de 1,7%. A massa salarial real do Paraná aumentou 10,9%; no País, o crescimento ficou em 3,5%. As vendas no comércio varejista também tiveram crescimento maior no Estado: 9,7%, enquanto no País o aumento foi de 7%.

De acordo com informações da edição do dia 3 de setembro do jornal Gazeta do Povo de, a receita do Paraná aumentou em 15% em relação ao ano passado. Entre janeiro e julho de 2012 foram coletados R$ 9,1 bilhões, contra R$ 7,9 bilhões do mesmo período de 2011.

Contudo, o governo continua plantando ameaças contra a recomposição das perdas salariais acumuladas pelos servidores culpando a Lei de Responsabilidade Fiscal. É o que deixa transparecer o artigo da Gazeta do Povo:

“De janeiro a julho deste ano, as despesas com pessoal e encargos sociais cresceram 17,7% em relação ao mesmo período de 2011, respondendo por 54% do total de despesas. Ainda neste mês, o governo recebeu o sinal vermelho do Tribunal de Contas (TC) para fazer novas contratações ou conceder reajustes, por ter ultrapassado o limite prudencial estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Pelo acompanhamento do TC, de maio de 2011 até abril deste ano o estado aplicou R$ 9,7 bilhões na folha de pagamento, alcançando a marca de 95,69% do teto previsto pela LRF.”

Como se vê, não desapareceram completamente as ameaças ao cumprimento da lei de equiparação.