Governo esfacelado aprofunda crise no Estado e empurra mais setores do funcionalismo para a greve
- Por sindiproladuel
- postado em 22 de maio 2015
- em Boletins
Em Assembleia na manhã desta quinta-feira (21) os docentes avaliaram o movimento de greve reafirmando a fundamental luta pela reposição das perdas salariais dos últimos doze meses em decorrência da inflação, calculada em 8,17%. A proposta absurda do governo de 5% em duas parcelas, sendo a primeira em meados de setembro deste ano e a segunda somente em 2016 é inaceitável, ultrajante até, considerando que esse mesmo governo assaltou o fundo de previdência e não teve o menor prurido em massacrar os servidores que protestavam contra esse roubo.
O enfraquecimento do governo
Para além de um direito garantido em lei, a recomposição anual das perdas é uma necessidade para manter, num plano minimamente competitivo, os níveis salariais dos docentes das IEES do Paraná, que do contrário perderão quadros qualificados para outras instituições de ensino superior, destruindo esforços de capacitação de anos e com altos custos. Não podemos permitir que o governo inaugure um período em que a reposição anual das perdas não seja cumprida regularmente sob pena de sucateamento irreversível das universidades.
A posição intransigente do governador Beto Richa (PSDB) busca jogar uma cortina de fumaça sobre a profunda crise na qual ele e seu secretariado colocaram o Paraná. Denunciais de corrupção se mesclaram com o uso de violência contra servidores, aumento de impostos de todos os tipos e não se coadunam com as declarações de falta de recursos no caixa do Estado, indicando absoluta falta de transparência sobre o destino dos recursos públicos.
Nesse panorama o governo já viu despencar o apoio da população, e agora vê também se esfacelar a sua base na Assembleia Legislativa, cujos deputados, desgastados, entendem que o governo deve repor os 8,17% a que os servidores têm direito. Tudo leva a crer que o governador não tem clareza de quais devem ser as prioridades do Estado, e com isso ele empurra mais e mais segmentos dos servidores para greve. Nesta semana decretaram greve os agentes penitenciários. Na próxima semana outras categorias deliberam no mesmo sentido.
A manutenção do movimento
A assembleia reiterou a importância da manutenção da unidade do movimento de todas as IEES e delas com a APP neste momento. Lamentou o posicionamento vacilante da reitoria da UEL quanto aos encaminhamentos relacionados à suspensão do calendário de aulas e adiamento do vestibular, todas medidas indicativas que visam preservar os estudantes e a própria instituição, e já tomadas pela maioria das outras universidades.
Nesse sentido, ao término da assembleia, os presentes se dirigiram ao gabinete da reitora da UEL, para exigir dela um posicionamento mais claro em defesa da luta das três categorias em greve. Infelizmente, a reitora mais uma vez se limitou a defender o encaminhamento burocrático das reivindicações do movimento, colocando-se na prática contra o movimento.
Para os próximos dias ações em conjunto com a APP estão previstas para acontecer em Londrina, nova assembleia de docentes deve ocorrer na próxima quarta-feira, dia 28. E ainda, no dia 29, uma grande manifestação em Curitiba marcará um mês do massacre contra os servidores públicos.