- Por sindiproladuel
- postado em 23 de fevereiro 2023
- em Boletins
Nós, docentes da UEL e da Uenp, servidoras e servidores públicos, temos muita noção da diferença que faz recebermos 42% a menos, todos os meses, em nossos salários. Mas, para quem não tem, façamos um exercício diminuindo a UEL em 42%:
Cursos presenciais de graduação: 52 -> 30
Pós-graduações: 191 -> 110
Comunidade interna: 25 mil -> 14,5 mil
Agora pensemos na jornada de trabalho 42% menor:
20h -> 11h e 30 min
40h -> 23h
Hora-aula de 50 min -> 29 min
12 meses -> 7 meses
Esse último cenário poderia até parecer animador, especialmente considerando debates históricos e bastante atuais sobre a redução da jornada de trabalho, porém, ao contrário, a realidade enfrentada por nós é de constante aumento da demanda e das obrigações a serem aceitas/impostas, com extrapolação do horário de trabalho para nossos finais de semana, momentos de lazer e afins, ou seja, com o aumento do sobretrabalho.
Nenhum desses cenários de diminuição é real; somente o de aumento da defasagem salarial e da carga de trabalho. A LGU, em um estalar de dedos, fez o número de docentes a que a UEL teria direito passar de 1.956 a 1.448, uma redução de “apenas” 26%. A única coisa que, de fato, diminuiu em 42% nos últimos anos é o salário de servidoras e servidores públicos. E 42% a menos faz muita diferença…
Sem reposição integral da inflação desde 2016, ainda na gestão Beto Richa, e com míseros percentuais arrancados na luta contra o governo Ratinho Jr., nós trabalhamos o ano todo, com cargas efetivas de mais de 40h semanais, mas recebemos por apenas 7 meses ou por uma jornada semanal equivalente a 23h de trabalho. Em outras palavras, são raros os casos de docentes em dedicação exclusiva que têm uma jornada de trabalho de apenas 40h/semana, contando aulas, orientações, projetos (pesquisa, ensino e extensão), cargos administrativos e/ou pedagógicos etc. Quantos de nós não temos jornadas de 50, 60 e até 80h semanais? E o quanto estamos sendo valorizados por este governo? Nada, absolutamente nada!!!
Já perdemos pouco mais de 11 salários integrais desde 2016 – a maioria no governo de Ratinho Jr. – e nada indica que a política de arrocho salarial deixará de vigorar do dia para a noite. Na verdade, só nós, servidoras e servidores públicos organizados e mobilizados, poderemos arrancar do governo o percentual que nos é de direito e que ele nos deve. Sim, ele nos deve! A data-base é um direito de todo o trabalhador e está garantida nas Constituições Federal e Estadual e na própria Lei de Responsabilidade Fiscal. Reposição salarial é nosso direito!
Data-base já!
Reposição salarial integral já!
Ratinho Jr., caloteiro, pague nosso direito!
Ratinho Jr., inimigo da educação pública!
Pela valorização do trabalho docente!
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