Nota sobre o retorno às aulas presenciais

Desde o início da pandemia, a diretoria do Sindiprol/Aduel tem salientado duas coisas fundamentais: 1) a imensa superioridade do ensino presencial ante o ensino remoto; 2) a observância das informações e protocolos científicos como uma necessidade em respeito à preservação da vida.  

Decerto, não nos faltam motivos para a defesa do retorno ao ensino presencial: qualidade muito superior, incentivo ao convívio social e os benefícios à sanidade mental, melhoria das condições de trabalho e para o fortalecimento da organização e luta das categorias etc. Por isso, como a imensa maioria da comunidade acadêmica, consideramos justo tanto o anseio ao retorno presencial quanto, a partir de seu pleno reestabelecimento, a luta contra o fomento à EaD que essa experiência forçada pode ter gerado em alguns. 

Ocorre que, longe de estarmos num momento atenuado da pandemia, o qual permitiria um retorno mais seguro às atividades presenciais, ainda nos encontramos num de seus momentos mais críticos. Na quarta-feira (9/02), a média de sete dias de novos casos no país foi de 164.596; no Paraná, 17.446. Em todo o período anterior à disparada deste ano, os respectivos picos foram 78.663 (23/06/2021) e 11.395 (24/06/2021). Em relação às mortes, as respectivas médias de anteontem (quarta, 9) foram 874 (Brasil) e 36 (PR). No pico anterior, foram 3.112 (11/04) e 270 (19/06).  

É importante lembrar que, em junho do ano passado, apenas 12% da população estava vacinada com duas doses. Hoje, embora significativamente menores, as médias acima ocorrem num contexto em que mais de 70% da população está vacinada com, pelo menos, duas doses. Portanto, o elevado número proporcional de casos graves e mortos entre os não vacinados demonstra que a Ômicron não é uma variante branda, mas simplesmente que a vacina abrandou seus efeitos. E, mesmo assim, ainda que os números variem um pouco entre as fontes (estados, municípios, condições de hospitalização etc.), de 15 a 25% dos casos graves e mortes são de pessoas que receberam, pelo menos, duas doses. 

Diante desses números, mesmo em condições de elevadíssima vacinação entre a população universitária, a manutenção do ensino remoto por mais algumas semanas é a medida mais adequada. Na ausência de uma diretriz efetiva da administração da UEL nesse sentido – diretriz que de modo algum afrontaria as liberdades democráticas, pois, afinal, tais liberdades não são estranhas a normas de validade geral emanadas de instâncias legítimas de deliberação –, o Sindiprol/Aduel considera que as e os docentes, por meio de seus Colegiados e Departamentos, devem postergar o início do retorno às aulas presenciais por mais duas ou três semanas. Pois, após tanto tempo de sofrimento com o distanciamento social, não custa esperar o arrefecimento efetivo da pandemia – o contágio já está em queda – para voltarmos em condições mais seguras para todos: docentes, técnicos e estudantes. Isso permite melhor proteção a nós, nossos familiares e pessoas do entorno – dentre as quais, por motivos como idade, comorbidade ou infeliz e errônea escolha, estão pessoas não vacinadas. 

Diretoria do Sindiprol/Aduel  

(Confira a nota do Sindiprol/Aduel “Retorno das aulas presenciais na UEL no pico da pandemia e em meio à epidemia de influenza? Por quê?“, publicada no dia 24/01/22.)

Aroeira – 11 de dezembro de 2021

O Aroeira é um programa de radiojornalismo produzido em parceria pela Assuel e pelo Sindiprol/Aduel e vai ao ar todos os sábados, a partir das 12h, na Rádio UEL FM (107,9). Agora, durante a pandemia da Covid-19 e respeitando o isolamento social, o Aroeira está sendo produzido remotamente e em formato reduzido, mas ainda trazendo o noticiário do mundo sindical.

Produção e apresentação: Elsa Caldeira e Guilherme Bernardi.

Trabalhos técnicos: Pedro Carvalho.

Música tema: Aroeira (Geraldo Vandré)

Programa de 11 de dezembro de 2021:

4m32s – Servidoras e servidores vão a Curitiba para participar de manifestações contra a proposta de 3% de reposição salarial e a Lei Geral das Universidades (LGU), dois ataques do governador Ratinho Jr.

14m40 – Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) decide, por unanimidade, que é inconstitucional o adiamento da lei resultante do acordo da greve de 2015, que estabelecia índices para a reposição salarial da inflação de 2015 a 2017 (confira o informe do Sindiprol/Aduel aqui)

17m40s – Música e Resistência: Chega (Gabriel, o Pensador)

21m40s – Bolsonaro publica Medida Provisória (MP) que permite o acesso de alunos da rede privada no Prouni (Programa Universidade para Todos)

25m35s – Confira as deliberações e encaminhamentos aprovados pela assembleia docente do Sindiprol/Aduel realizada no dia 8/12/21

33m58s – Na coluna “Politizando a Economia”, o economista Venâncio de Oliveira fala sobre a LGU e o ataque do governo Ratinho Jr. às universidades e aos serviços públicos

38m18s – Na coluna “Aparte”, o jornalista Fábio Silveira fala sobre a política econômica desde 2016 e o aumento da fome no Brasil

45m36s – Na coluna “Matula do Direito”, o professor Reginaldo Melhado fala sobre o projeto da Comissão Europeia para regulamentar o trabalho por plataforma

52m15s – Informativo “Central do Brasil” trata, dentre outros temas, da variante ômicron e do certificado de vacinação para entrada e viagem no Brasil

Caso tenha perdido alguma edição ou não possa acompanhá-lo ao vivo na Rádio UEL FM, o programa poderá ser ouvido posteriormente no site da Rádio UEL FM e também estará disponível no Anchor e serviços de streaming como o Spotify.