Nós, do Sindiprol/Aduel, temos plena consciência da imensa superioridade da qualidade das aulas presenciais em relação às remotas e, igualmente, de que o retorno presencial é fundamental para o fortalecimento da organização sindical e política dos segmentos que constituem a comunidade universitária. Porém, consideramos um equívoco manter a projeção de retorno presencial em 24/01 com uma alteração tão significativa da situação da pandemia nesse mês de janeiro.
Ontem, 18/01, o Brasil teve o maior número diário de casos de Covid-19 desde o início da pandemia, foram 137.103 novos casos registrados. Lembremos que no Brasil há indícios de subnotificação expressiva, especialmente agora com falta de testes e unidades de atendimento médico superlotadas. De acordo com a University of Washington, no Brasil, a estimativa é de 1 caso notificado para cada 14 pessoas infectadas. Inclusive, projeções do Institute for Health Metrics and Evaluation, da mesma universidade, indicam que o pico de casos diários notificados no Brasil ocorrerá entre 22 e 27 de janeiro. No caso do registro de mortes diárias, o pico está previsto para algo entre 03 e 06 de fevereiro. Além disso, estamos em meio a um surto da gripe H3N2, a qual já matou 40 paranaenses neste ano.
Isso significa que as aulas presenciais estão previstas para iniciar em meio ao pico da pandemia de Covid-19 e a uma epidemia de H3N2. Por mais que, com a vacinação, o número de mortes pela Covid-19 tenha declinado de modo abrupto (vitória da ciência contra o negacionismo, especialmente o governamental), nos parece um erro iniciar as aulas presenciais nesse momento de elevadíssimo contágio e unidades médicas superlotadas.
Se, desde o início da pandemia, a administração da UEL tem adotado todas as medidas sanitárias para preservar vidas, por que neste momento crítico está deixando de adotá-las? Se, durante a pandemia, as decisões partiram corretamente dela, como medida a ser seguida por toda a comunidade universitária, por que neste momento crítico está sendo transferida para os colegiados de curso?
Nesse contexto, a ausência de uma orientação firme da administração sinalizando para a prorrogação do início das aulas ou para a manutenção do ensino remoto por mais algumas semanas contradiz as ações efetuadas por ela até agora no enfrentamento da pandemia. Deixar que essa deliberação fique a cargo dos colegiados de curso é desorientar a comunidade acadêmica e transferir para instâncias de base uma responsabilidade que deve ser assumida pela Reitoria e Pró-reitorias.
Enfim, em benefício da saúde dos docentes e outros membros da comunidade acadêmica, nós, do Sindiprol/Aduel, consideramos fundamental que a administração adie o início das aulas até que, conforme as projeções dos infectologistas e nova avaliação dos dados, a curva de contágio esteja substancialmente menor.
Juntos somos mais fortes!
Diretoria do Sindiprol/Aduel