Apesar da promessa eleitoral, durante a campanha de 2018, de apresentação de um plano de recomposição das perdas já acumuladas no governo Beto Richa, Ratinho Jr. não só manteve como aprofundou o arrocho salarial. Seis anos sem reposição prevista em lei e chegamos a 37% de defasagem salarial. Esta é a situação do funcionalismo público do poder executivo do Paraná. É preciso de organização e mobilização para exigir do governador o respeito ao nosso direito à reposição inflacionária anual!
No entanto, desta vez, o governo pediu mais tempo para responder sobre a data-base e, ao final, não apresentou proposta alguma de reposição, mantendo, assim, o arrocho salarial que rói mais de 1/3 dos salários do funcionalismo. Mais ainda, o governo Ratinho Jr. segue recusando até mesmo o pagamento dos 3,39%, que corresponde ao resíduo do acordo de greve de 2015, em relação ao qual já existe decisão judicial indicando a obrigação de pagamento pelo estado.
Ratinho Jr.: o principal responsável pelo arrocho salarial de 37% (Foto: AEN)
Em reunião na última terça-feira (28/06), quando não apresentou qualquer resposta em relação à data-base, o governo prometeu destravar as promoções e progressões de 2021 e 2022 e os quinquênios e anuênios para as categorias que sofreram com o congelamento das carreiras na pandemia.
Na reunião com a Seti, os representantes sindicais foram surpreendidos com a proposta do superintendente de criação de um grupo de trabalho para reestruturação das carreiras de agentes universitários e docentes. Com ampla maioria governista e a presença de apenas dois representantes das categorias, a participação no grupo se restringiu a evitar alterações nefastas na carreira docente. Apesar de algumas mudanças na carreira dos agentes universitários, deste grupo, para nós, docentes, resultou um parco incremento de 5% nos adicionais de titulação, que, sobre o salário global, representa algo em torno de 2,5%. Parco pois nossa reivindicação era de uma valorização muito maior, com incrementos de 25% nesses percentuais.
E mais, esse mísero incremento só saiu após o compromisso da superintendência em reduzir os orçamentos das IEES em valor equivalente ao montante do incremento salarial. Portanto, Ratinho quer lançar sobre as costas do funcionalismo não apenas todo o ônus da crise econômica, mas também a precarização das condições materiais e de funcionamento das universidades. Não devemos depositar nenhuma confiança neste governo e suas manobras sorrateiras.
No fundo, o que o governo fez foi uma manobra para não pagar o que nos deve de fato e de direito. Por isso mesmo, esta migalha não deve tirar de nosso foco a pauta que unificada todo o funcionalismo estadual: a data-base. Como esse governo já provou que só dialoga e recebe os sindicatos com mobilizações e greves, esta é nossa tarefa. Trata-se, então, de discutir o melhor momento.O certo é que este governo só entende a linguagem da força, da pressão das lutas e das ruas.
Neste mês de março de 2022, o Sindiprol/Aduel publicou mais uma edição de seu jornal. Nela, foram abordados três temas de suma importância para a categoria docente. Primeiro, a defasagem salarial acumulada por servidoras e servidores do executivo do Paraná está prevista para chegar, em maio deste ano, a assombrosos 34%. Precisamos lutar pelo respeito ao nosso direito e a consequente reposição salarial integral. Segundo, Bolsonaro e Ratinho Jr. têm projetos políticos muito parecidos e são inimigos da ciência e da universidade pública. Terceiro, a Lei Geral das Universidades (LGU) é um atentado contra a autonomia universitária e precisa ser combatida e derrotada.
Governador, respeite o nosso direito! Reposição salarial integral já!
No dia 16 de março, em Curitiba, será realizada a manifestação Data-base já! Caso tenha interesse e possa ir, preencha o formulário a seguir: https://forms.gle/i2ufccE1GK3VGbzs8