2022: mais um ano muito difícil!

O início de 2022 foi marcado pela vacinação em massa, fruto de pesquisas e pressões que venceram o ceticismo e o negacionismo resultando no arrefecimento da pandemia. Com isso, além do retorno às aulas presenciais, tivemos a retomada das atividades sindicais também presenciais, tanto na universidade quanto nos espaços de discussão das direções – sindicatos, Coletivo de Sindicatos de Londrina e Fórum das Entidades Sindicais (FES). 

Essa mudança no cenário da pandemia nos permitiu realizar algumas assembleias, encaminhar algumas lutas em Curitiba – inclusive, com duas grandes mobilizações nas proximidades do Centro Cívico –, que visaram pressionar o governo pela reposição salarial e pelo destravamento das progressões e promoções e, no caso da Seti, para encaminhar mudanças na Lei de Carreira dos agentes universitários e alteração no percentual do Adicional de Titulação (AT). 

No entanto, a dificuldade em intensificar mais a mobilização e sustentá-la por mais tempo – no caso da educação superior, adensada pela fragmentação dos calendários acadêmicos, que preveem aulas e recessos em períodos diferenciados entre as IEES – não nos permitiu obter nenhuma vitória significativa. Como se sabe, a reposição salarial não foi paga, os salários dos agentes universitários tiveram uma reposição média de 4,5% com a alteração da Lei de Carreira, além de melhorar um pouco as condições de progressão e promoção, e a alteração dos AT’s significou uma majoração salarial, em média, de 2,5%. Tudo muito pouco diante das nossas demandas. Porém, mesmo essas mínimas alterações só foram possíveis com a mobilização de rua, o trabalho das direções e, no caso das universidades, principalmente com a ocupação da sede da Seti no final de junho.  

Na organização interna, tivemos altos e baixos: encaminhamos a saída das e dos docentes do campus de Apucarana da Unespar de nossa base sindical – ajudando na unificação da base do Sindunespar –, sediamos o 18º Encontro do Setor das IEES-Imes do Andes-SN, houve pressão do sindicato em defesa de melhores condições de trabalho dos docentes com contratos temporários, realizamos seminários sobre a LGU em alguns centros de estudos e, ao final do ano, fizemos um Congresso do Sindiprol/Aduel que contou com importante participação dos docentes, resultando num documento que brevemente será encaminhado para toda a base. E mais, com objetivo de congregar os docentes e retomar o contato com o sindicato, retomamos uma prática antiga do sindicato e fizemos um almoço que teve avaliação muito positiva pelos participantes, pois, para muitos, foi a primeira atividade verdadeiramente coletiva no pós-pandemia. 

Como principal problema, tivemos a erosão do nosso trabalho de constituição da Aduenp, que terá que ser retomado praticamente do zero. Por ora, no entanto, o nosso maior desafio é construir uma nova diretoria para retomar o trabalho de reorganização que foi bastante afetado pelas condições adversas da conjuntura política e da pandemia.   

No âmbito mais geral, a derrota eleitoral de Bolsonaro deu um freio momentâneo à incrustação fascista no âmbito das instituições do poder executivo federal. No entanto, essa derrota não significa a sua extirpação no plano político-social e nem que o próximo governo terá políticas econômicas que atendam aos interesses fundamentais dos trabalhadores.  

No caso do Paraná e outros estados, a situação é ainda pior, pois, se o bolsonarismo foi derrotado eleitoralmente na eleição residencial, aqui (como em SP, SC, RJ, MG etc.) ele subsiste de modo tão ou mais perverso na administração mercantilizante desse preposto dos grandes empresários que é Ratinho Jr. 

De qualquer modo, naquilo que nos compete de modo mais imediato, o fato é que a defasagem dos nossos salários já alcança algo em torno de 37,5%. Somente muita luta no início do próximo ano para alterar essa situação. Portanto, o objetivo prioritário da luta em 2023 tem que ser a mobilização e a greve unificada do funcionalismo público paranaense pela reposição salarial. 

Saudações sindicais e boas festas a todas e todos! 

Diretoria do Sindiprol/Aduel 

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Nada de novo sob o sol no governo do Paraná: desmonte dos serviços públicos e fisiologismo político marcam a transição de Ratinho Jr. para o novo mandato

No mês de outubro, logo após a vitória na eleição estadual, Ratinho Jr. e seu braço educacional das escolas privadas no governo, o secretário da educação Renato Feder, anunciaram um plano de transferir 27 escolas estaduais para gestão de empresas privadas de educação. Para realizar essa transferência, o governo do estado prevê uma verba de R$ 800 ao mês por aluno. Na prática, isso significa privatizar escolas públicas e, assim, transferir dinheiro público para o enriquecimento privado (para maiores informações, veja o site da APP-Sindicato). 

Por sua vez, nesta semana, saiu uma notícia no blog Politicamente Correto anunciando a intenção do governo estadual em fazer uma reforma administrativa. Um dos pontos dessa reforma seria o aumento do número de secretarias e órgãos de estado. Nas palavras dos jornalistas, “para o Palácio [do Iguaçu], a reforma é necessária, principalmente, após a derrota do presidente Jair Bolsonaro — a quem Ratinho apoiou e contava com alguns espaços no Governo Federal para acomodar alguns aliados mais ligados ao Capitão”. 

Nessa mesma direção, esse ferrenho aliado local de Bolsonaro – agora, um fantasma em Brasília –, numa nova demonstração do fisiologismo que orienta suas práticas políticas, deu aval para que os correligionários do seu partido, o PSD, possam integrar a base de apoio do governo Lula. Portanto, invertendo um lema famoso, parece que a motivação política vigente entre alguns na terra das araucárias é: “Hay Gobierno? Hay dinero? Soy a favor!” 

Em síntese, sob a fachada do discurso moralizante, Ratinho Jr. tem se demonstrado importante aliado dos espúrios interesses privados de empresas e de políticos paranaenses. 

Como sempre, só a luta muda a vida! 

Não à privatização de escolas públicas! 

Não à reforma administrativa! 

Saudações sindicais! 

Diretoria do Sindiprol/Aduel 

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Jornal do Sindiprol/Aduel fala sobre a data-base, os governos Ratinho Jr. e Bolsonaro e a LGU

Neste mês de março de 2022, o Sindiprol/Aduel publicou mais uma edição de seu jornal. Nela, foram abordados três temas de suma importância para a categoria docente. Primeiro, a defasagem salarial acumulada por servidoras e servidores do executivo do Paraná está prevista para chegar, em maio deste ano, a assombrosos 34%. Precisamos lutar pelo respeito ao nosso direito e a consequente reposição salarial integral. Segundo, Bolsonaro e Ratinho Jr. têm projetos políticos muito parecidos e são inimigos da ciência e da universidade pública. Terceiro, a Lei Geral das Universidades (LGU) é um atentado contra a autonomia universitária e precisa ser combatida e derrotada. 

Governador, respeite o nosso direito! Reposição salarial integral já! 

Abaixo a LGU! 

Só a luta muda a vida! 

Acesse a edição de março de 2022 do jornal do Sindiprol/Aduel 

No dia 16 de março, em Curitiba, será realizada a manifestação Data-base já! Caso tenha interesse e possa ir, preencha o formulário a seguir: https://forms.gle/i2ufccE1GK3VGbzs8  

Plebiscito da UEL: mais de 95% de “Não à LGU!”

Mais de 95% das e dos votantes no plebiscito da UEL se manifestaram contra a Lei Geral das Universidades e em defesa da educação pública e gratuita. Foram 3.575 pessoas que votaram e o resultado foi um: Não à LGU!

Desde a apresentação da minuta de Lei Geral das Universidades (LGU) ou Lei de Destruição das Universidades (LDU), nome que seria mais adequado, em 2019, até esta versão enviada no último dia 2/12/21 para a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), a proposta de Aldo Bona e Ratinho Jr. sofreu algumas alterações. A decisão das comunidades acadêmicas, entretanto, seguiu sempre a mesma: rechaço completo à minuta.

Por isso, conforme aprovado na assembleia do dia 8/12/21, nós, do Sindiprol/Aduel, orientamos todas e todos docentes, técnico-administrativos e estudantes a votarem “2: não” nas duas perguntas, já que não precisamos de outras legislações, mas que cumpram as existentes.

Não à Lei Geral das Universidades!
Não à Lei de Destruição das Universidades!
Pela reposição salarial integral!

Aroeira – 5 de dezembro de 2020

O Aroeira é um programa de radiojornalismo produzido em parceria pela Assuel e pelo Sindiprol/Aduel e vai ao ar todos os sábados, a partir das 12h, na Rádio UEL FM (107,9). Agora, durante a pandemia da Covid-19 e respeitando o isolamento social, o Aroeira está sendo produzido remotamente e em formato reduzido, mas ainda trazendo o noticiário do mundo sindical.

A edição do dia 5 de dezembro falou sobre os reitores das universidades estaduais do Paraná, que, apesar do governo ainda não ter recuado, acreditam que as horas extras não serão cortadas. O programa também trouxe uma afirmação da superintendente do HU, Vivian Feijó, de que o hospital teve 100% dos leitos de UTI ocupados na última semana, e falou sobre a live promovida pelo Coletivo de Sindicatos de Londrina, que tratou da covid-19 na cidade e do temor dos especialistas em relação ao possível colapso do sistema de saúde. Ainda foi atualizada a luta dos professores da rede estadual do Paraná pela revogação do edital 47/2020, que prevê, entre outras coisas, a realização de uma prova para a contratação do PSS.

Na coluna “Matula do Direito”, o professor Reginaldo Melhado falou do julgamento no STF sobre a possibilidade de reeleição para presidência da Câmara e do Senado Federal. No Boletim do Sindiprol/Aduel, o assunto foi o novo ataque do governo Ratinho Jr. ao funcionalismo público: o projeto de lei 19/2020, que acaba com promoções e progressões. Finalizando a edição da semana, dentre outros temas, o informativo “Central do Brasil” tratou do aumento do número de pessoas vivendo na extrema pobreza no Brasil.

Caso tenha perdido alguma edição ou não possa acompanhá-lo ao vivo na Rádio UEL FM, o programa poderá ser ouvido posteriormente no site da Rádio UEL FM e também estará disponível no Anchor e serviços de streaming como o Spotify.